...expressão local da filosofia Slow Food

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ALMOÇO SLOW FOOD KM ZERO

 
por Fulvio Iermano






Companhia boa! Comida boa! Energia boa fluindo!!

Quando se encontram pessoas que têm em comum um olhar mais sensível sobre a vida parece que a interação com os outros seres e com o planeta terra acontece com maior sintonia e magia, e nos sentimos menos isolados e mais confiantes em seguir nossas escolhas e semear boas ideias.

O Convivium é isso... compartilhar algumas horas conversando, trocando idéias e receitas, conhecendo produtos e produtores. É uma ocasião para rir e brincar com as crianças, para ver quem apanha mais mangas no fundo da Estação, aquelas “comuns” cheias de fiapos, boas para chupar e ficar com a boca toda amarela.
E por falar em mangas, a família da Bety foi a grande protagonista em apanhar e saborear as mangas diretamente do pé! A Jaqueline também trouxe uma sacola cheia de mangas do sítio dos pais que ela disse não conhecer nem o nome científico e nem o popular, mas que todos chamam de “mangas família” porque uma manga é suficiente para todos os seis irmãos e os pais, de tão gigante que é! Na verdade, a Jac forneceu  manga, limão, laranja e caju para os sucos, juntamente com a Ana que trouxe amoras do sítio de um amigo.

As 11 horas estávamos na Estação, eu, a Evi, o Angelo, a Tatiana e o Fabio para arrumar as mesas, o banner, a faixa, as bandeiras do Terra Madre Day, as toalhas, os sucos, as frutas, deixar tudo pronto para receber os amigos. Foi então que a Tatiana perguntou: quantas pessoas vão vir? Boa pergunta! Mas difícil saber precisamente e podemos ter sempre surpresas. E dessa vez tivemos a grande alegria de receber muitas pessoas, quarenta, incluindo as crianças.



Todos trouxeram suas “especialidades”, simples ou elaboradas, mas todas deliciosas. Eu e a Evi preparamos dois suflês, um de chuchu e outro de vagem, e fizemos também as bolachas de Jatobá, quase quilômetro zero. O pessoal foi chegando e a plataforma da Estação foi se animando com cheiros e cores: a Mônica trouxe um molho de pimenta que segundo ela era especial, pois feito com muito carinho! A dona Jô, mãe da Mônica, fez as “rosquinhas juninas” que, apesar de estarmos em dezembro, adoçou o paladar da turma. A Isabel, nossa contadora de histórias da África, logo que chegou foi fritar os saborosos acarajés, uma tradição herdada de sua avó. Ela conta que pediu autorização aos orixás para compartilhar essa especialidade da gastronomia afro-brasileira registrada, em 2005, nos Livros de Saberes como patrimônio imaterial. Foi servido quentinho como entrada e é claro que não sobrou nadinha!

O Rafael e a Lorena chegaram trazendo um pouco da sabedoria mineira da avó de Lorena, torresmo e pão de queijo, ainda quentinho, tudo preparado com produtos do sítio da família. A Cida e a Jordana prepararam um maravilhoso “Bolo Reis”. O Didi, a Luciana e a Selma nos deliciaram com tortas de legumes. A Alessandra, Adilson e Ana Terra trouxeram as verduras fresquinhas e o Leandro chegou com dois abacaxis dizendo ser da roça...não sei não!!



A Ana montou uma colorida salada tropical com todos os ingredientes produzidos na horta orgânica do Batea, assim como o Luciano que fez uma grande salada com os produtos da feirinha dos pequenos produtores de Batatais. O Wesley criou uma bela “caponata” de berinjela e a Natália trouxe um curau de abóbora delicioso feito pela mãe que, aliás, foi o prato mais votado recebendo o primeiro prêmio! Ah, os prêmios, é verdade, como esquecer!
O Convivium quis homenagear os três pratos mais votados: a Natália ganhou o queijo artesanal mineiro de leite cru da Serra do Salitre, do nosso João da rede Terra Madre. O bolo da Cida e o acarajé da Isabel dividiram o segundo lugar e receberam a geléia de umbu da Coopercuc (Uauá -BA), fortaleza Slow Food. A salada tropical da Ana ganhou um delicioso licor artesanal de pequi. E é claro que os “prêmios” foram compartilhados e degustados por todos nós!!!
 
 

Nem todas as receitas respeitaram o princípio km zero, mas com certeza este encontro proporcionou uma reflexão sobre a nossa alimentação no dia a dia, como são produzidos os alimentos e nossa relação com os produtores locais. Conversamos sobre os princípios “bom, limpo e justo” e percebemos a alegria em nos reunir para compartilhar um momento especial trocando ideias e receitas. Nos despedimos com a promessa de nos encontrar mais vezes para celebrarmos a comida boa, limpa e justa!

Obrigado a tod@s pela participação








apoio Associação Estação Cultural de Batatais

                                                                                           

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