...expressão local da filosofia Slow Food

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Horta do nonno José




Nonno José, com suas costas curvadas e rugas de uma vida inteira, é a riqueza de uma experiência que nos faz acreditar no amor a terra, fonte suprema de nossa vida.
José Bendasoli, 90 anos de pura dedicação ao trabalho, desperta todas as manhãs surpreendendo o sol antes do sol raiar, como diz Chico Buarque, prepara seu café enquanto sua esposa Pina ainda dorme e nas pontas dos pés deixa sua casa para ao ¨seu outro lar¨ se dirigir: a HORTA. Pai de seis filhos, nonno José nasceu na roça e desde criança ajudava os pais: ¨Minha mãe às 7.30h já estava com o almoço pronto. Eu punha duas crianças nas costas, e ela com a pequenininha e a bacia, íamos capinar na roça¨.





Com os filhos Toninho e Marcio, nonno José trabalha todos os dias faça sol faça chuva: ¨Eu te garanto que tenho mais de 100 anos de serviço, mas nunca tive férias, nunca reclamei, tudo pra mim acho que vale a pena. Se for pra mim falar assim 'eu vou ficar em casa e deixar os meninos aqui', só se eu estiver muito doente. Mas eu adoro mexer aqui¨.





A horta da família Bendasoli ocupa um espaço na antiga FEBEM de Batatais (São Paulo) que recebe familias de assentados e outros projetos sociais.
Horta, por excelência, do nosso Convivium, seus canteiros produzem culturas orgânicas não certificadas que enriquecem nossa mesa, nossos laboratórios nas escolas, e que esperamos possa em breve compor as cestas com produtos sazonais e Km 0 do nosso recém formado Grupo de Compras Solidário.

Promover os trabalhos dos produtores locais significa propor uma via alternativa à uniformidade da agricultura industrial e suas patentes.
Conhecer a historia desses pequenos produtores possibilitou mergulhar num mundo até então invisível.





O amor de nonno José pela terra seja o nosso guia para um futuro colorido e saudável.
Usamos suas palavras como alento para aqueles que acreditam num mundo Bom, Limpo e Justo: ¨Eu fui no dr. Pedro, tirei sangue, faz uns vinte dias. Ele falou pra mim 'José faz o que o senhor está fazendo, a coluna já está estourada, não tem mais jeito, mas o resto, você não tem nada'. Eu sou muito limitado com a comida. Agora pra trabalhar! eu ainda trabalho bem¨.

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